sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Ser multado

O post mais popular deste blogue é o que relata a MULTA.
Volta e meia chega à caixa de correio várias perguntas sobre o que fazer para não se pagar uma multa. Ou o que fazer quando se deu os dados incorrectos ao receber uma multa. Conclusão: a MULTA É uma prática constante nos serviços da Carris.

Gostaria que as muitas pessoas a quem tentei esclarecer voltassem aqui para deixar um comentário a EXPLICAR como resolveram a situação. Não tenho muitas dúvidas que quase todas, certamente, se viram OBRIGADAS, forçadas, tal como eu, ao pagamento. Visto que o contrário seria um ingrata odisseia.

Mas ainda assim aproveito para DESABAFAR novamente as INJUSTIÇAS deste sistema.

Chegou aos meus ouvidos mais um caso de MULTA. Mas desta vez a uma pessoa que conheço muito bem. Uma pessoa que toda a sua vida andou de autocarro. TODA. O tipo de pessoa que estava sempre a enaltecer este meio de transporte, a quem se oferecia boleia mas que sempre recusava, mesmo num chuvoso inverno, argumentando que de autocarro chegaria ao seu destino num instante. 

Uma pessoa que durante uma conversa depressa retirava da carteira o seu passe mensal para explicar que comprava a senha L1, que era mais cara, mas com ela conseguia viajar para qualquer zona descansadamente, até para os limites da cidade e não estaria a infringir nenhuma norma, como via outros fazerem, outros que só tinham a senha L, e não a L1
Esta pessoa foi recentemente MULTADA por não usar título de transporte válido.


É caso para se dizer: Obliteradores voltem! Estão perdoados!!
Voltem «picas». 


Isto de fazer com que o próprio passageiro seja o obliterador e pica do seu próprio título de transporte parece um sonho tornado realidade para um sovina e ardiloso «Tio Patinhas». O «pato» conhece a natureza da maioria das pessoas que tentam ser mais espertinhas e fazer uma traquinagem de moçoilos e conta com elas para ficar ainda mais rico. Os cofres da Carris engordarem de tanta multa

Mas nem todas as pessoas são más. Nem todas que não validam correctamente o título de transporte o fazem INTENCIONALMENTE. E mesmo que haja uma que naquele instante o faça, não quer dizer que o repita. Pode tê-lo feito num momento de frustração e tomado uma decisão irreflectida de traquinice. Não quer dizer que a seguir repita a façanha. 

ESSES, os que não só repetem a façanha como fazem dela o seu estilo de vida, os que simplesmente USAM o serviço sem sequer terem um título de transporte para validar (quanto mais fingir validar) ESSES é que os fiscais deixam ir. Devia ser o contrário, não vos parece? Esses é que deviam ser afastados dessa prática e ser conduzidos à justiça dos tribunais. Mas não é o que acontece. Não é o que vejo acontecer. Esses aparentemente não têm dinheiro algum, logo, não podem pagar multas, pelo que é melhor não perder tempo com esses e deixá-los ir!

(revolta)

No caso da pessoa que relato, aqui está um exemplo perfeito de alguém que TODA A SUA VIDA deu dinheiro à Carris. Sem falhas. Alguém que comprava a senha MAIS CARA só em caso de estar legal caso numa viagem fosse sair fora da zona habitual. Alguém que durante anos, décadas, cumpriu sempre a sua obrigação e dever. PAGOU sempre pelo serviço público que usufruiu. 


E agora, PELA PRIMEIRA VEZ, não passou adequadamente o passe, não validou, foi de imediato condenado a pagar MULTA!!!
Mas será que não existe uma alma com um coração para perceber o que está tãaaaaaaaão errado?!?!



Já aqui o disse e volto a repetir: tenho perfeita consciência que existe muita, mas muita gente a tentar viajar de borla nos transportes públicos da Carris. Já o escutei, inclusive, numa conversa entre dois miúdos a quem os pais davam dinheiro para comprarem o passe, os detalhes de como entravam sem pagar. Isto contado ao mesmo tempo que uma pessoa no autocarro tinha sido apanhada sem título de transporte (mesmo sem, NADA, nicles, nadita) e estava com os fiscais na frente da viatura, junto do motorista, a conversar sobre o assunto. Quatro paragens depois o indivíduo sai (era a sua paragem) e NENHUM documento foi solicitado, retirado, apresentado nem qualquer multa foi passada. Os fiscais seguiram no autocarro, sem passar multa, o passageiro saiu na paragem pretendida. Uma pessoa que fazia isto por sistema! Que nem título tinha!!
(revolta)

Tudo isto leva-me a concluir - penso eu que é bastante óbvio até - que o interesse da Carris está em MULTAR AS PESSOAS COM APARÊNCIA DE TEREM DINHEIRO NA CARTEIRA. Não lhes interessa, na realidade, o «combate à fraude». Tretas! Esse rapaz sem título de transporte ou o grupo deles que estavam no autocarro que os fiscais SE RECUSARAM a fiscalizar aquando me multaram, tudo situações por mim observadas que muito legitimamente conduzem a esta obvia conclusão. DINHEIRO. DINHEIRO, DINHEIRO. Não importa como o extorquir. 

Volto a manifestar-me contra esta postura agressiva e perseguidora. Sou contra a multa aplicada sem dó nem piedade a uma pessoa SEM ANTECEDENTES de quaisquer infracções. A pessoas que durante DÉCADAS usaram a carris enchendo-lhes os bolsos. Não sendo infractores. ESSAS pessoas agora são multadas sem HIPÓTESE de perdão! Sem quaisquer recursos e apelos. É de uma injustiça! Por mais tempo que passe isto me indigna. Causa repulsa. 

Obrigado Carris. Por vossa causa e devido à vossa ganância e deprimência NUNCA andei tanto a pé quanto agora. Graças às vossas decrepitas carreiras, às vossas alucinadas tarifas e tanto mais. No meu entender, são vocês que não são dignos de me terem como passageiro. Não são dignos do meu árduo e suado dinheiro.

O valor actualmente cobrado por um PASSE MENSAL é um absurdo. Um roubo. O que aconteceu? Duplicaram o anterior valor e a meu ver forçaram cada pessoa a comprar um serviço duplo de carris-metro. Quantas e quantas pessoas já não se queixaram que não querem pagar uma fortuna para ter carris-metro se só usam carris? Ou metro? E não OS DOIS?? E por isso não acham justo pagar a tarifa exigida? Mas não têm remédio... Não têm hipótese. Mais uma vez. Mais uma vez!

Por tudo isso repito: DINHEIRO. DINHEIRO, DINHEIRO. Não importa como o extorquir.