terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Quem corre sempre alcança

Interpreto esta expressão de forma linear.

As camionetas que partem do terminal do Campo Grande, ao contrário dos autocarros da Carris, são pontuais. Se não chegas a tempo, ela arranca. Ás vezes, até mesmo em cima daquele minuto. É por isso importante apanhar o autocarro certo para chegar a tempo. Para mim, trata-se de um percurso que leva 10 minutos, no máximo. Mas, por vezes, com o trânsito, o excesso de paragens inesperadas e tudo o mais, o autocarro leva o dobro do tempo a fazer o mesmo percurso. Por causa de todas estas variantes, tenho sempre presente o cálculo do tempo "mínimo-médio" necessário para ir para a paragem do autocarro sem correr o risco de não chegar ao destino a horas.
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Porquê todos os autocarros chegam ao mesmo tempo num mesmo local? - Respondam lá.
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Hoje dispunha de 35 minutos para chegar a tempo da partida da camioneta do Campo Grande. Pensei eu, claro, que, mesmo que levasse 20 minutos, ou 25, teria ainda 10 como margem de segurança. Mal cheguei à paragem e olhei para os minutos para o próximo autocarro, estarreci. 15 minutos! Para ambos... é muito tempo, tempo que a minha intuição de gato escaldado soube não poder dispensar. Ainda que me "sobrassem" 20 minutos para efectuar o trajecto de 10, soube que aqueles dígitos não eram abonatorios. Fui então até a paragem ao lado, cujos autocarros não me deixam sequer na rua que pretendo seguir, mas fica perto. Tudo para aumentar as chances de chegar a tempo. Ao dirigir-me para o placar deparei com "12 minutos" e "1o" minutos. Ora bolas! Assim não dá!
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Respondam lá à pergunta: porque é que TODOS os autocarros CHEGAM ao mesmo TEMPO ao mesmo local? Assim as pessoas não têm alternativas, não se safam!
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Pois a solução para mim estava clara: ir a pé! Até a paragem seguinte, está claro. O percurso, por uma avenida com muito tráfego automóvel a "desaguar" numa rotunda "tramada" para o peão, não é dos mais habituais para o pedestre. Mas é como correr atrás do pote do arco-íris: só ali estava a possibilidade de chegar a horas!
.Mas o
Coloquei o cronómetro do telemóvel a contar os minutos e segui a pé. 8 minutos depois, estava nas paragens dos autocarros que me podiam levar até MEIO do caminho, para depois apanhar outro autocarro para o Campo Grande. (10 minutos!...). Ainda bem que o fiz pois o autocarro que levava 10 minutos a chegar, quando surgiu no horizonte, não me teria dado hipótese de apanhar o primeiro que me apareceu. Entrei neste e saí, como previsto, a meio do percurso. Mas o autocarro que faz a ligação para o Campo Grande já estava na paragem, era o primeiro da frente, depois havia outro no meio, e o terceiro, o de trás, era aquele onde eu ia. Respondam lá outra vez à pergunta! Porque é que TODOS os autocarros CHEGAM ao MESMO tempo ao mesmo Local?
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Que fiz eu? As hipóteses de apanhar o autocarro a tempo eram escassas mas, a tal intuição de Gato Escaldado percebeu que, quem CORRE, ALCANÇA. E foi assim que entrei no autocarro a tempo.
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Ao chegar ao terminal do Campo Grande, passo por um relógio de rua e percebo que ainda tinha 25 minutos para gastar! CORRER compensa mesmo! Andar a pé, PULAR de viatura para viatura, apressadamente de um lado para o outro, é mais rápido que esperar por um autocarro directo! E contribui para o stress e a falta de tolerância entre os pares, mas está bem... a Carris assim conduz as pessoas (sim, não é um ataque à "pobre"...).
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Ao entrar na camioneta descubro que o horário dela, afinal, não era aquele que eu pensava. Ela arrancava 10 minutos mais cedo! Ainda mais sortuda me considerei. Quem corre sempre alcança, e esta é uma verdade para ser interpretada à letra!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Paragens frias, cigarros à vista

Não sei se é exagero meu, mas o odor do cigarro quando estou à espera do autocarro é algo incomodativo. Procuro uma "posição" onde fique menos exposta ao fumo mas, não sei se sabem, é difícil encontrar um canto onde aqueles químicos tóxicos não se sintam ao respirar...

Engraçadas

Ontem cheguei a uma paragem de noite, estava muito frio e alguma chuva e não consegui identificar a origem do cheiro a cigarro. Procurei uma posição, mesmo fora da paragem, onde não o respirasse tanto, mas não consegui. Coloquei-me de fora, mais acima, porque na véspera "engoli" uma nuvem de fumaça vinda de cima e achei que, se me posicionasse ali, estava a salvo. Olhei para o chão, para as muitas beatas ali, algumas com alguma coisa ainda por fumar, mas estavam apagadas. As pessoas à volta não pareciam estar a fumar. É impossível! Alguém tinha de estar! Estava a respirá-lo. Foi aí que, escondidinha num canto, tapada por pessoas, estava uma miúda de cigarro aceso.
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Mas porquê têm de ser sempre os fumadores a ficar resguardados no fundo da paragem, melhor posicionados do frio que os outros? Uma vez reparei que, numa paragem cheia, alguém acendeu um cigarro. Mais uma vez, estava tapado pelo vidro e outras pessoas à sua frente é que levavam com o vento e a chuva... todos tiveram de fumar o cigarro com ele. Noutra ocasião, um grupo de rapazes da escola, miúdos menores de idade, sentaram-se ao meu lado e um deles acendeu um cigarro. Fui forçada a levantar e sair. Pessoalmente, já me basta os fumos dos tubos de escape dos automóveis, o cheiro a queimado que, por vezes se sente no ar, entre outros factores poluentes. Mas ainda me lembro de uma ocasião em que um amigo levantou-se e, de pé, perguntou se podia fumar um cigarro. É sempre um gesto cavalheiresco!
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Se calhar, sou um pouco "afectada" no que respeita ao cigarro, mas prefiro não estar exposta a estar. Tenho colegas fumadores e estava a trabalhar quando uma se senta mesmo ao meu lado e aí permanece hora e meia. Toda ela emanada o pestilento odor do tabaco. Foi imediata a sensação de desconforto. O raciocínio ficou mais lento, a capacidade de concentração também... Não me dou bem com estes fumos.
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Mas a respeito de toda esta situação, já que falamos de liberdades individuais, ainda me lembro (e lembrarei sempre) o quanto era mal visto pela sociedade criticar o fumador. Tinha-se de tolerar estar num restaurante, fazer uma viagem de 3 horas num autocarro, num comboio etc... com fumadores, que fumavam cigarros uns atrás dos outros. Nada era proibido como é agora. O que eu inalei... Deus! Como inalei tabaco na vida...
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Mas ficava mal, eras trocidado por mencionar isso. Depois mudam as leis e ninguém sai prejudicado. Os fumadores até apreciam a pausa para o "café" no exterior, serve para conviver e sair do espaço de trabalho.