domingo, 25 de outubro de 2009

Chuva e obras

Quando chove Lisboa fica um caus. Umas gotinhas de água e as estradas ficam entupidas de veículos que parecem não chegar a lado algum. Num destes dias estava no autocarro que, por sua vez, estava preso no trânsito de uma artéria principal de Lisboa, cuja congestão é algo que mexe com a minha inteligência: a Avenida do Brasil.

Praticamente parados no mesmo lugar já há 15 minutos, fui vendo um passageiro dirigir-se para a frente do veículo, sussurrar algo ao motorista e este a abrir a porta para que a pessoa saísse. Eu fui essa terceira pessoa e ganhei o primeiro murmúrio de insatisfação por parte do motorista. Após 4 semáforos verdes em que não saíamos do lugar e com o relógio a fazer tic-tac, não tinha mais opções: só ia conseguir chegar ao destino a horas se tentasse uma deslocação a pé até outra avenida e aí tentar a sorte com outro autocarro vindo de outra direcção.

Nesse dia não tive sorte. Cheguei ao meu destino 7 minutos depois da hora devida (embora à frente do autocarro de onde saí) e tive de aguardar 60 minutos para a chegada da próxima camioneta. Ter saído mais cedo de casa e entrado mais cedo no autocarro não adiantou, pois a fila de trânsito começou logo depois da Rotunda do Relógio.


Mas nem sempre é assim. Logo no primeiro dia de chuva, com apenas 10 minutos para a hora, saí do autocarro a correr, consegui apanhar outro ainda na avenida, mas mais adiante, que vinha de Alvalade. Corri muito, mas quem corre sempre alcança. Já fiz, de autocarro e de inverno, este percurso em 9 minutos. Que este passe a consumir mais de 35 é um absurdo que desagradou a todos cujo destino é igual ao meu. Todos chegaram atrasados aos empregos.

Ainda por cima, estão a fazer obras ali na esquina da Avenida do Brasil com o Campo Grande. Não entendo é porquê. Aliás, todas as obras que aquela avenida está a sofrer são pontos de interrogações para mim. No lugar mencionado, o que parece é que estão a levantar as pedras da calçada para voltar a colocar no mesmo lugar. Mas já que falo em obras, as que mais despropositadas me parecem, são as que estão a ser feitas na orla do Jardim da Avenida do Brasil. Estão a colocar estacas de madeira a separar o passeio do início do jardim e, mais uma vez, sem ser para tirar e voltar a por pedras de calçada no lugar, não vejo o propósito. Aliás, julgo que em termos de manutenção, a presença das estacas só vem estragar tudo. O lixo vai ficar aprisionado contra a vedação, escondido, oculto e pernicioso. Ao sofrer actos de vandalismo, ficam mais feias ou a necessitar de reparação, que tarda ou nem chega a chegar. E tudo para quê?? Ainda não entendi. Julgo que é uma obra totalmente desnecessária e isso faz-me ficar triste com quem anda a mandar na Câmara Municipal de Lisboa.

2 comentários:

  1. São obras com vista a contrução de ciclovias que ligarão á do Campo Grande que por sua vez liga a Telheiras, Benfica, Monsanto, etc...

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  2. Sim, hoje percebi pelo alcatrão que devem ser ciclovias. Antes era confuso! Espero que se venham a provar úteis e nada atrapalhe a circulação dos ciclistas, peões e automóveis. Será que as obras mais abaixo da avenida (lateral do jardim) também são para ciclovias?

    Cumprs

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