domingo, 5 de julho de 2009

Cheiros e sons que me seguem

Estou para comentar este episódio diário à algum tempo, mas tenho esquecido. Agora lembrei.

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Sabem como me "queixo" da sina de levar sempre com a tosse das pessoas dentro do autocarro? Pois quando saio deste para entrar na camioneta, tenho um destino «semelhante». São dois os indivíduos que constituem a minha «praga». Ambos fumadores inveterados. Mesmo a duas cadeiras de distância, fedem tanto a fumo que é intoxicante. A sério! A mim, pelo menos, ao passarem, fico logo a arfar por ar saudável.


Agora imaginem o que mais têm que me irrita... um pouquito. Um deles ressona, o outro tem uma tosse de tuberculoso.
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Ora, quando os vejo entrar depois de mim, fico a torcer para que fiquem afastados. Isto só depois de ter dado conta que vêm sempre para os meus lados. (A sina!). Pois então tentei afastar-me eu. Em vez de ficar pela primeira fila e meios da camioneta, fui para o fundo. A sina não deixou para menos: eles se sentaram lá também! Olhei para a frente e reparei que haviam assentos vazios onde poderiam ter escolhido sentar-se. Mas não... eu não estava lá!

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Agora estou mais atenta a esta casualidade. Até agora, tenho levado com os dois bem próximos de mim. Ás tantas, lá vem o ronco. Que detesto ouvir! Outras vem a tosse tuberculosa. Na saída, a primeira coisa que fazem, é acender um cigarro. Mais uma vez, tenho de ser rápida e ultrapassá-los, para não ficar o caminho todo a respirar o fumo, que parece vir direitinho a mim.
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Bem, a maioria das pessoas talvez não tenha consciência do quanto o fumo se espalha num lugar. Mesmo ao ar livre, ele não se dissipa com facilidade. Isso é um erro comum, achar que este sobe imediatamente para a atmosfera. Mas a esperança aqui deu frutos.
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À poucos anos atrás, até 2005 pelo menos, tinha de almoçar com o fumo dos cigarros dos outros, tinha de viajar de comboio com o fumo dos outros, de camioneta com o fumo dos outros, nas salas de aulas com o fumo dos outros, no trabalho com o fumo dos outros. Eram uns 40 cigarros ou mais por dia! Agora uma LEI veio a mudar, com surpreendente rapidez, diga-se de passagem, até as mentalidades. Antigamente não podia opinar contra o tabaco, que um rol de fumadores contrapunha argumentos sobre os seus direitos. Hoje tudo me parece menos radical. Ainda que tenha sido tarde para os meus sensíveis pulmões, decerto vale a pena para os pulmões mais jovens!

3 comentários:

  1. De facto a questão da saúde dos fumadores passivos é uma questão que não pode ser negligenciada. A mim sempre me fez muita impressão o fumo do tabaco, porque usava lentes de contacto e aquilo fazia-me arder um bocado os olhos; até há uns anos atrás em que fui operada e deixei de usar; felizmente, estou pouco exposta e as pessoas que conheço têm critério. Curiosamente, desde miúda que gosto do cheiro de algum tabaco, pelo que não me prejudica substancialmente...

    Entretanto, compreendo quanto a essas coisas que te enervam... mas eu aprendi um truque para não dar cabo dos nervos: desliga! Ignora; é um exercício diário, acabas a conseguir. E os teus nervos agradecem... :)

    Beijos linda!

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  2. Amiga Porcelain,

    Não é tanto os «nervos» que, graças a Deus ou não, esses são um oceano de tranquilidade... é um incómodo. Uma falta de conforto. É isso que chamo de "irritação".

    Percebes concerteza... o somar de todas estas «pequenas» coisas no fim do dia... o barulho do salto do sapato da vizinha, as marteladas das obras do prédio ao lado (que duram há 10 anos), o fumo de escape dos automóveis e dos cigarros...

    É a vida «moderna» que temos hoje nas cidades...

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  3. Percebo sim!! Acredita!! Mas também te digo que o nosso interior agradece quando, não podendo agir directamente para modificar as situações, aprendemos a truque de desligar. Pratico meditação para, entre outros fins, conseguir, de facto, abstrair-me de tudo aquilo que não me diz respeito, que eu não posso alterar, que não é muito importante para mim e centrar todas essas energias que assim dissiparia naquilo que posso modificar, tornando-me assim mais eficaz nesse âmbito, uma vez que reduzi o espectro de dispersão da energia, concentro-a em algo positivo, o que amplifica os seus efeitos. ;)

    Beijinhos!

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